sábado, 16 de maio de 2015

Bullying no prato do dia

Meus queridos,

Muito se tem falado de bullying ultimamente.
Desde de que se lhe deu nome que não se fala noutra coisa. E agora, com o caso do jovem da Figueira da Foz o bullying é o prato do dia. É raro o noticiário que não comece com o caso de bullying deste jovem.
Mas será que o bullying começou apenas de há uns anos para cá?? É claro que não!
O bullying sempre existiu, fosse ele físico ou psicológico.
Mas antigamente se uma criança dissesse que sofria bullying na escola, os pais diziam para ela se desenrascar.. para não se deixar maltratar por ninguém. Nessa altura não existiam telemóveis com câmaras para que o país ficasse a saber.
Eu não sou de maneira nenhuma a favor de bullying. Aliás, fiquei enjoada com as imagens que vi. Mas também me deixou perplexa o facto de o rapaz nem sequer se mexer. Estava em pânico? Tinha medo? Claro que sim. Mas não consigo compreender como não lhes deu também um murro a cada uma. Eu sei que estavam lá mais pessoas, mas o que elas precisavam de ver era que ele não ia deixar que fizessem dele palhaço.
Eu acho que toda a gente já sofreu bullying, por um motivo ou outro. As crianças, pré adolescentes e adolescentes são maus e é impossível agrada-los. Ou porque somos, gordos ou porque somos magros, ou altos ou baixos. Enfim.
Eu já sofri de bullying várias vezes. Sim, no meu tempo já existia. Mas era visto como "normal".
Eu sempre fui uma criança muito tímida. Na primeira escola onde andei na Suíça mas falava com as outras crianças. Queria e precisava do meu espaço. Essas crianças pareciam compreender e até agradecer. Assim, eu ficava sempre de fora dos jogos. Não sei se por ser tímida, ou gordinha, ou portuguesa.
Depois mudamos de casa. Meu Deus, odiei mudar de casa. Os pais não fazem ideia como é para as crianças ir para uma escola nova.
E nessa altura havia uma rapariga na minha turma que era muito engraçadinha. Gostava de humilhar as outras crianças. Era mesmo cruel.
Uma altura meteu-se comigo. Já não sei precisar exactamente o que me disse mas não foi bonito. Perdi a cabeça e gritei no meio da sala: "És gorda, és obesa!". (ela era mesmo muito gorda)
E ela disse que me ia bater e eu : "Se cais em cima de mim esmagas-me sua gorda." ahah Eu estava muito nervosa mas fiquei mais calma quando ouvi a turma toda a rir-se.
Conclusão da história? Ela hoje é a minha melhor amiga!
A partir daí, começamos sempre a ir juntas para casa. Descobrimos que morávamos perto e começamos a frequentar a casa uma da outra.
Inclusive, ela ajudava-me imenso com outras pessoas. Como se costuma dizer, eu tinha as costas quentes. :p
Mas agora um caso não tão agradável e com um final não tão feliz.
No caminho de minha casa para a escola, morava um rapaz que ainda hoje eu detesto por tudo aquilo que ele representava. Toda a gente tinha medo de passar ali.
Ele era mau. Metia-se com as pessoas. Chamava nomes e era cruel.
Sabem quando temos medo de passar num determinado sítio porque sabemos que vai lá estar um cão raivoso?? Tal e qual!
Ele já me atormentava há algum tempo e eu simplesmente não lhe respondia. Eu contei aos meus pais e eles disseram que tinha de ser eu a impor-me. Uma altura o meu pai até me levou á escola e é claro que nesse dia ele não se meteu comigo. Mas não podia ser sempre. Eu tinha de me impor.
Eu até sonhava com isso. Tinha medo de passar ali.
Uma altura ia eu a passar e ele começou a meter-se comigo, comecei a sentir uma raiva inexplicável. Ele continuou. Mas a ficha caiu-me quando ele me pediu dinheiro.
Eu fiquei: "O quê??? Dinheiro?? Nunca!"
Fiquei tonta até de tanta raiva. Uma coisa eu sabia, nunca na minha vida ia dar dinheiro aquele traste. Sem pensar peguei numa pedra gigante e gritei: "Anda cá que eu mato-te. Racho-te essa cabeça seu... (não vou dizer mas era a ofender a mãe dele coitada)" Sempre fui muito dramática quando em estado de raiva. Ainda hoje. Ele deu alguns passos atrás. Senti-lhe o medo e isso deu-me força. E ele: "Estava a brincar. Só te queria dizer bom dia."
A partir desse momento nunca mais me incomodou. E quando uma amiga minha tinha medo de passar lá eu ia com ela. A pedra guardei-a para me lembrar daquele momento.
Deixem-me só acrescentar que esse rapaz incendiou a casa dele com os pais e irmãos lá dentro. Foi para uma casa de correcção e agora não sei o que será feito dele.
E tudo isto para explicar que o bullying sempre existiu.
Mas nós temos de por um ponto final nisso, libertar-nos. Depende de nós.
É lógico que as miúdas me meteram raiva. Mas com dois berros elas acalmavam-se. Não podemos educar os nossos filhos para serem flores de estufa. Eles têm de crescer fortes.
 (como os Tyrell) Viajei agora! ahahah

Espero que tenham gostado deste assunto assim um bocadinho mais sério e intimo.
Até á próxima!!


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